A Polícia Militar do Amazonas deflagrou nesta quarta-feira (9) a Operação “Lucas 8:17” e prendeu novamente o casal de empresários dono da rede de supermercado Vitória, Joabson Agostinho Gomes e Jordana Azevedo Freire, por suspeita de envolvimento na morte do sargento Lucas Ramon Guimarães, 29 anos. Além deles também foram alvos da ação Romário Vicente Bentes, considerado braço direito de Joabson e uma mulher identificada como Kamila Tavares da Silva.
De acordo com o delegado Ricardo Cunha, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), a investigação está caminhado para o final e o inquérito sobre o assassinato do sargento Lucas Ramon deve ser enviado a Justiça no prazo de 10 dias.
“O Fato é que atualmente o inquérito está robusto, estamos convencidos da participação de todos e estamos remetendo para a justiça para que cada um seja responsabilizado pelos seus atos. Estamos caminhando para o final, imputando a cada um a conduta devida, a participação no delito e tudo está bem delineado no inquérito policial”, disse o delegado durante coletiva de imprensa.
Ainda segundo a polícia os suspeitos devem continuar presos. “Na primeira fase da operação eles foram presos de forma temporária e preventiva para poder coletar provas e agora na segunda fase as provas foram o suficientes para decretar a prisão. Então agora eles vão permanecer presos. Claro que o advogado deles deve atuar, e o que vier depois já é uma questão que a Justiça vai definir”, explicou a delegada Emília Ferraz.
Conforme o delegado Ricardo Cunha a Justiça decidiu pela prisão domiciliar de Jordana Azevedo Freire.
O caso
Conforme as investigações o sargento tinha um caso com Jordana, Joabson descobriu a traição e mandou matar a vítima. Segundo o delegado Ricardo, Jordana sabia de toda a trama arquitetada para matar o militar, apontado como seu amante, e não fez nada para impedir e também contribuiu com informações de costumes e rotinas que ajudaram no crime.
“A Jordana sabia de toda a trama, ela se omitiu não tomou nenhuma atitude para que isso não viesse acontecer e também contribuiu com informações que somente ela sabia, de costumes, de rotinas e outras informações que ajudaram na morte dessa pessoa (Lucas)”, disse.
Antes de ser assassinado, o sargento do Exército, Lucas Ramon da Silva Guimarães, contou a pessoas próximas que vinha sofrendo ameaças de morte devido o caso extraconjugal que tinha com Jordana. O romance foi descoberto pelo marido da mulher e, de acordo com a polícia civil, esta seria a motivação do crime. A descoberta do ‘triângulo amoroso’ veio através de mensagens e fotos, que eram rotineiramente trocadas por Lucas e Jordana.
Braço direito suja as mãos
De acordo com a polícia, o gerente da rede de supermercados, Romário Vinente Bentes, apontado como braço direito do empresário Joabson Agostinho contratou a mando do chefe o pistoleiro, Silas Ferreira da Silva, de 26 anos, para matar o sargento Lucas Guimarães, no dia 1° de setembro de 2021, no bairro Praça 14 de Janeiro, zona Sul.
“O Romário era o seu braço direito (de Joabson Agostinho), a pessoa que foi responsável por contratar o Silas”, afirmou o delegado Ricardo Cunha.
Nesta ação, Kamila Tavares e duas outras mulheres que estão foragidas, Kayandra Pereira Castro e Kayanne Castro Pinheiro dos Santos, apresentaram o pistoleiro para o braço direito de Joabson.
Silas foi preso em novembro de 2021 e confessou que realizou o crime após receber R$ 65 mil de um intermediário, não identificado. Além de não informar a identidade do intermediário, o homem afirmou que não sabia quaisquer informação sobre Lucas, muito menos que era sargento e genro do dono do Hospital Santa Júlia.