O senador Omar Aziz (PSD-AM), está sendo duramente criticado nas redes sociais desde que assumiu o comando da CPI da Covid no Senado, feita para investigar a conduta de autoridades e o uso de verbas federais no enfrentamento da pandemia, pois o parlamentar responde na Justiça por suspeitas envolvendo desvio de recursos públicos.
Nas redes sociais, amazonenses questionam o senador por ter sido alvo juntamente com seus irmãos e esposa de uma operação do Ministério Público Federal chamada “Maus Caminhos”, que foi deflagrada em 2016 e houve uma série de desdobramentos. O objeto principal da investigação é o desvio de cerca de R$ 260 milhões de verbas públicas da saúde por meio de contratos milionários firmado com o governo do estado do Amazonas.
Nessa quarta-feira (23), Omar fez um postagem para lamentar que Brasil atingiu a marca de meio milhão de mortes pela covid-19 e foi detonado nos comentários da publicação no Facebook sendo lembrado das vidas perdidas no Amazonas devido os desvios de recursos públicos destinados saúde do Estado, na época em que foi governador.
“Não vamos esquecer. Estamos aqui por todas as vidas perdidas, e por todos que perderam avós, pais, filhos, tios, irmãos, primos, amigos e amores. Estamos aqui por justiça!”, escreveu o senador nas redes sociais.
“Porque você não expõe as vidas perdidas pelo desvio de R$260 milhões desviado da saúde do amazonas por você e, sua família?”, questionou um seguidor nos comentários do post no Facebook. “Se você a sua mulher e seu irmão não tivesse roubado o dinheiro da saúde do Amazonas não teria acontecido isso aqui em Manaus”, retrucou outro.
Vertex
Em julho de 2019, durante a Operação Vertex, desdobramento da Maus Caminhos, a Polícia Federal do Amazonas prendeu familiares do senador por suspeita de envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção passiva. Na ocasião, foram presos a esposa de Omar Aziz, Nejmi Aziz, e os três irmãos dele: Murad, Amim e Mansour. Na época, o parlamentar não foi levado pela Polícia. Conseguiu se blindar por causa do foro privilegiado. No entanto, as investigações apontam fortes suspeitas do parlamentar com envolvimento em corrupção.
Na época, a Justiça do Amazonas proibiu o parlamentar de sair do país e determinou que seu passaporte fosse retido. A medida ocorreu no âmbito da operação Vertex, desborramento da Maus Caminhos, que apurou desvios de recursos para à área de saúde do estado.
A investigação foi desmembrada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em razão de indícios detectados de recebimentos de vantagens indevidas por um ex-governador como Omar Aziz, que, por exercer o cargo de senador, poderia ter direito a foro por privilegiado.
De acordo com reportagem do site CNN, o advogado de Aziz, Simonetti Neto, confirmou o bloqueio dos bens do político e o passaporte retido, mas afirmou que o juiz que decretou essas medidas era incompetente e que aguarda a decisão da nova juíza do caso.