O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que não partiu do Ministério da Saúde a ordem para aumento de produção de cloroquina em sua gestão. A declaração foi dada, nesta terça-feira (4), durante reunião da CPI da Covid.
Mandetta foi questionado pelo relator da comissão, Renan Calheiros, sobre o assunto. “Cloroquina com uso indiscriminado tem margem de segurança estreita. Não é aquela coisa “se bem não faz, mal não faz”. A automedicação tem muito risco”, disse.
Em março de 2020, Bolsonaro comunicou que se reuniu com o ministro da Defesa e decidiu que iria ampliar a produção da cloroquina. Vale lembrar que o medicamento não tem eficácia contra a covid-19.
O médico também negou que tenha orientado a população a evitar o SUS. “É uma guerra narrativa. Orientações foram para dar entrada pelo sistema de saúde (…) Transmissão comunitária só foi verificada em abril. Entre janeiro e fevereiro havia um caso no país e pessoas em pânico”, complementou.
Ele também afirmou que a ‘Presidência nunca apresentou nenhuma proposta técnica sobre o isolamento vertical’.
Mandetta reforçou também que suas decisões foram tomadas com base na ciência. “Todas as recomendações baseadas na ciência, as fiz em público, aos ministros, aos secretários estaduais, ao presidente. Era um momento republicano, de união. Apresentei ao presidente todas as recomendações técnicas”, disse.
O ex-ministro citou sobre uma carta que enviou ao presidente Jair Bolsonaro em 28 de março do ano passado, alertando sobre o avanço da pandemia no país. “Pedi uma reunião específica dentro do Alvorada com todos os ministros e entreguei essa carta. Dei a ele. A carta foi disponibilizada ao presidente”.
Mandetta foi ‘barrado’ de ler o conteúdo da carta no Senado. O depoimento segue em andamento.