Uma pesquisa divulgada no início de 2022, feita com pacientes de um seguro de saúde dos Estados Unidos entre os anos de 2001 e 2014, evidenciou que mulheres com menos de 44 anos tem mais chances de sofrer um AVC do que homens e que esse índice vem aumentando com o passar dos anos. Além disso, a pesquisa relata que mulheres com complicações na gravidez, como pré-eclâmpsia e parto prematuro, podem ter o risco aumentado de ter um AVC, mesmo depois do período gestacional.
Dois outros estudos feitos com a população holandesa e canadense também encontraram um aumento da incidência de AVC em mulheres com menos de 40 anos comparado com o sexo masculino. O Acidente Vascular Cerebral, também conhecido como derrame, acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a morte da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea.
Existem dois tipos principais da doença: AVC isquêmico, que acontece em 85% dos casos e é o tipo mais comum, ocorre quando há obstrução de uma artéria impedindo a passagem de oxigênio para as células cerebrais, que acabam morrendo. Já o AVC hemorrágico ocorre quando há rompimento ou vazamento de uma artéria no cerébro, provocando sangramento. Em geral é mais grave que o AVC isquêmico e tem alto índice de mortalidade.
Os fatores de risco da doença envolvem hipertensão, diabetes, tabagismo, consumo frequente de álcool e drogas, estresse, colesterol elevado, doenças cardiovasculares e sedentarismo. Por isso, é importante ficar atento aos sintomas como: dores de cabeça muito fortes, sobretudo acompanhada de vômitos, fraqueza ou dormência na face, braços e pernas, dificuldade de se movimentar, perda súbita da fala ou de compreensão e dificuldade ou perda da visão.
Em conversa com Cristina Simões, que sofreu um AVC isquêmico aos 46 anos e atualmente é a Presidente da Associação de Avcistas do Estado de São Paulo, ela nos conta que os primeiros sintomas que sentiu foram o formigamento no braço, a falta de paladar e voz enrolada, que desencadeou 3 noites sem sono, ainda alguns dias antes do derrame. Outro momento marcante e um dos mais difíceis foi a alta do hospital, ainda sem ter condições de andar. Naquele momento, Cristina foi para casa e ficou três meses sem andar, sendo que desde então sofre uma fadiga crônica que a desafia todos os dias para sair de casa e realizar a sua fisioterapia.
O relato da Cristina não é diferente de muitos pacientes que tiveram um AVC, por isso ela reforça a necessidade de paciência e compreensão durante o processo de reabilitação, tanto para o individuo que sofreu o AVC quando para os familiares, pois o processo de recuperação é lento e em alguns casos pode envolver um acometimento na parte cognitiva do indivíduo.
A reabilitação pós-AVC é uma das partes mais importantes do tratamento e deve ser iniciada no próprio hospital, para que o paciente se adeque mais facilmente a sua nova situação e restabeleça sua mobilidade, habilidades funcionais e independência física e psíquica. O processo da reabilitação deve ser feito por uma equipe multiprofissional, formada por neurologistas, fisiatras, enfermeiros, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
Campanha Caminhos Pós-AVC
Para conscientização da importância da reabilitação no pós-AVC, associações de pacientes, sociedades médicas e a Ipsen criaram a iniciativa Caminhos Pós-AVC, que tem o objetivo de aumentar a conscientização da população sobre fatores de risco, abordar as principais atitudes para a prevenção, e dedicando um espaço especial para os cuidados no pós-AVC.
A iniciativa pretende valorizar a importância da reabilitação, promovendo a troca de experiências, dando voz aos pacientes, familiares, cuidadores e profissionais de saúde para valorizar suas histórias e vivências durante a jornada de reabilitação no pós-AVC.