Um dos estados mais atingidos pela pandemia do coronavírus (covid) no país, o Amazonas é o que apresenta, disparadamente, o maior número de desligamento do trabalho celetista por motivo de morte no Brasil.
De acordo com levantamento do Dieese, o registro de mortes nesse caso no estado (437,7%) foi três vezes maior do que o do restante do país (71,6%). O trabalho celetista, portanto, é o com carteira assinada.
O levantamento leva em conta a comparação entre o primeiro trimestre de 2020 e o mesmo trimestre de 2021. Para se ter ideia, de 114 o número subiu para 613 desligamentos no Amazonas.
Nesse mesmo período, os contratos encerrados por esse motivo nas atividades ligadas à saúde aumentaram no Amazonas 9,5 vezes.
São cinco vezes mais do que o observado nessas funções em todo o Brasil (75,9%) e quase duas vezes mais do que a expansão dos desligamentos por morte em todas as atividades econômicas no estado.
São destaques os desligamentos por morte de profissionais de enfermagem (considerando auxiliares, técnicos e enfermeiros) e de médicos no Amazonas.
Neste último caso, houve aumento de 11,0 vezes, ou 1.000%, passando de 1 para 11. “No país, o aumento foi de 78,3%. O número também é maior do que o crescimento dos desligamentos totais no Amazonas”, esclareceu o Dieese. O órgão é o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.
Outros estados
Além do Amazonas, mais três estados do Norte lideram essa estimativa: Roraima, Rondônia e Acre .
Em Roraima, os desligamentos por morte cresceram 177,8%, de 18 para 50. Em Rondônia, passaram de 70 para 188 (+ 168,6%) e, no Acre, de 21 para 44 (+ 109,5%).
No estado de São Paulo, o mais populoso do país, os desligamentos por morte cresceram 76,4%, passando de 4,5 mil para 7,9 mil.
Em todo o país, os desligamentos dos empregos celetistas por morte no Brasil cresceram 71,6%, passando de 13,2 mil para 22,6 mil.
Nas atividades de atenção à saúde humana, o aumento foi de 75,9%, saindo de 498 para 876. Entre enfermeiros e médicos, a ampliação chegou a 116,0% e 204,0%, respectivamente.
O Dieese destaca que o emprego no setor privado com carteira assinada não é predominante entre os médicos. Assim, pode haver desligamentos por morte que não computados no Caged.