Em depoimento à Polícia Federal, o governador do Amazonas, Wilson Lima, admitiu que veio dele a indicação do empresário Gutemberg Alencar, apontado como operador do esquema de superfaturamento de respiradores negociados em uma loja de vinhos, ao ex-secretário de Saúde, Rodrigo Tobias.
De acordo com o UOL, Lima ressaltou que a indicação não foi para que irregularidades fossem cometidas, mas para intermediação na negociação de compra de equipamentos.
“Ele (Alencar) não me ofereceu nada de ventiladores, de respiradores pulmonares. Apenas disse que poderia ajudar. Pedi a Tobias que o ouvisse e entendesse que tipo de ajuda ele poderia dar naquele momento”, diz um trecho do depoimento do governador publicado pela reportagem.
Na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), segundo o UOL, foram apresentados transcrições de conversas entre o governador e o ex-subsecretário executivo da Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam), João Paulo Marques.
Em um dos trechos, o governador do Amazonas pergunta sobre a assinatura da documentação de compra dos respiradores e é informado, por João Paulo, que a ex-subsecretária da Susam, Dayana Mejia, estava apresentando resistência em assinar.
Na denúncia, a PGR reforça que ‘Wilson Lima possuía ciência, bem como o controle da situação, de que o processo ainda estava sendo ‘arrumado’, tanto é que ele sugere/questiona para João Paulo se outro servidor da secretaria poderia assinar parte dos documentos que ainda estavam sendo confeccionados com data retroativa’.
Na última segunda-feira (26), o governador Wilson Lima e mais 17 pessoas foram denunciados pela PGR por suposto envolvimento em esquema de corrupção durante a pandemia.
A denúncia se refere aos supostos crimes cometidos na aquisição de respiradores no Amazonas.