Romulo Martins de Carvalho, 40, foi preso na manhã desta terça-feira (27), suspeito de se passar por um policial militar para extorquir dinheiro de supostos traficantes em Manaus. Outros dois homens, ainda não identificados, que trabalhavam com ele estão sendo procurados pela polícia.
Segundo o delegado Antônio Rondon, titular do 11ª Distrito Integrado de Polícia (DIP), Romulo estava sendo investigado desde o dia 22 de novembro de 2020, quando agrediu, coagiu e torturou um dentista no Porto da cidade.
“Esse dentista procurou a delegacia para denunciar que estava retornando do Porto, onde tinha ido buscar mercadorias, quando foi abordado pelo Romulo e mais dois homens em um carro, que se identificaram com policiais. Dois desses homens usavam balaclava e Romulo estava de cara limpa. O dentista ficou no poder do trio durante 3h, onde foi coagido, agredido, torturado para que entregasse uma suposta droga e dinheiro que ele não tinha”, disse.
Conforme o delegado, o trio teria confundido o dentista com um traficante e depois de três horas o abandonaram no bairro de Novo Israel, zona Norte de Manaus.
“Pelo carro utilizado por eles conseguimos chegar até o Romulo. A informação que temos é que eles ficavam investigado traficantes. Acreditamos que os dois que atuavam com o Romulo, possam ser de fato policisi, tanto que usavam balaclava para não serem identificados. Eles se aproveitavam das informações que tinham no meio criminosa para extorquir os próprios traficantes, pegavam as drogas para arrecadar dinheiro”, contou.
O delegado ressaltou, que no caso do dentista, ele não era traficante e foi pego por engano. Romulo foi preso em sua casa, onde foram encontrados uma pistola 380, munições, rádios comunicadores, um drone, documentos e dois carros sendo um Corola e outro Honda Fit, que foi usado na extorsão do dentista.
“Encontramos fotos dele com um revólver 38, mas essa arma não foi encontrada na casa, além de fotos ostentando um colete da polícia militar que também não foi achado. O mandado de prisão do Romulo é temporário e ele vai ficar uns cinco dias detido. Ele está disposto a colaborar e por isso não vamos pedir prorrogação da prisão. Ele vai ser apresentado para audiência de custódia”, comentou.
Rondon orientou que a população fique atenta durante certas abordagens policiais, para não cair em golpes como esse. “O que a gente espera é que cada policial que está em sua atividade ou ocorrência, seja obrigado a se identificar formalmente. Então os policias que se apresentem a qualquer pessoa devem se identificar, para que as pessoas não sejam enganadas”, finalizou.
Os trabalhos para identificar os outros dois suspeitos devem continuar.