O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (26/7) que deverá sancionar o fundo eleitoral em R$ 4 bilhões e retirar apenas o “excesso”. A declaração foi feita a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada. O mandatário justificou que vetará apenas o valor extra de R$ 2 bilhões e citou que pode incorrer em crime de responsabilidade se vetar o restante. Ele disse ainda esperar não ser atacado pela sanção e ironizou que se os eleitores reclamarem muito poderão escolher entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Ciro Gomes no segundo turno das eleições de 2022.
“Deixar claro uma coisa: vai ser vetado o excesso do que a lei garante, tá? A lei garante quase R$ 4 bilhões de fundo. O extra de R$ 2 bilhões vai ser vetado. Se eu vetar o que está na lei, estou em curso crime de responsabilidade. Espero não apanhar do pessoal como sempre. Porque se o pessoal começar a bater muito, vão escolher para segundo turno Lula ou Ciro. A crítica é válida quando ela tem fundamento, pessoal. É igual leite condensado. Parte da direita bateu tanto em mim que eu falei: ‘Pô, pelo amor de Deus, será que estou consumindo tanto leite condensado assim?’”, reclamou.
Na semana passada, em rede social, Bolsonaro escreveu: “Defendemos, acima de tudo, a harmonia entre os Poderes, bem como a sua autonomia. É partindo deste princípio que jogamos, desde o início, dentro das quatro linhas da Constituição Federal. Dito isso, em respeito ao povo brasileiro, vetarei o aumento do fundão eleitoral”, afirmou.
A aprovação no Congresso Nacional da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2022 aumentou os recursos para o Fundo Eleitoral do ano que vem de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões. Fica a cargo do presidente decidir se veta ou não a lei. Bolsonaro disse na semana passada que deveria vetar o fundo. Porém, destacou que a palavra final é do Congresso, que poderá manter ou derrubar o veto.